segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

CHAMBERLAIN COTTAGE

Como já falado, em quase todos seus projetos desse período, ele utiliza a lareira para articular os espaços internos da casa, e nesse projeto, isso também acontece. A lareira se torna o elemento focal do espaço de convivência, dividindo a grande sala em dois ambientes, um de estar e outro de jantar.
Esse recurso de divisão de ambientes também é usado por ele para criar zonas que especificam os usos na casa, como por exemplo, dividir espaços para ser usados de dia e outros para a noite, ou uns para os pais e outros para os filhos, e ainda uns que sejam mais privativos e outros mais sociais.
Observamos pela planta que nessa casa acontecem duas zonas bem definidas, “uma zona estreita que engloba a cozinha, o banho e o vertidor, e outra, mais ampla, com o dormitório e o estar” (Dunster, 1994). Há ainda as zonas de transição, que aqui é visto como o alpendre, já que separa o exterior com o interior da casa.


primeiro pavimento



Para projetar essa casa, Breuer usou-se de seu bom conhecimento sobre as estruturas utilizadas nos Estados Unidos, que eram feitas sobre uma base de alvenaria e estruturada e vedada por um sistema de Balloon Frame. Essa estrutura permitiu que a casa tivesse volumes em balanços, como na foto a baixo.


  • "Breuer's understanding of American timber balloon frame constructed on a masonry base is intelligently exaggerated in this house, designed soon after his leaving Europe. The balloon frame is constructed as a truss, allowing cantilevering of the kitchen and 'ingle-nook' over the lower ground floor entrance, as well as the glazed porch at right angles to the kitchen.” (David Dunster. Key Buildings of the Twentieth Century Volume 1: Houses 1900-1944. p 98.)

  • Mais importante ate que a extraordinária delicadeza da estrutura é a completa e final assimilação da tradição de New England com as demandas de uma nova arquitetura. Este é um chalé com conceito orgânico; seus materiais não são mais utilizados conscientemente, em padrões abstratos. Eles são utilizados com a maior facilidade e com certo domínio da técnica. Tal como algumas das casas mais cedo, não é um produto do industrialismo quebradiços. Seu ‘contato-humano’ são superfícies de cores quentes e suaves em textura, satisfazendo plenamente as exigências de 'natureza humana'. — Peter Blake. Marcel Breuer: Architect and Designer. p71-72. (trecho traduzido por Elisa do site: http://www.greatbuildings.com/buildings/Chamberlain_Cottage.html&usg=__9DsaOYZFueeed6__AVUWf54j )
Essa casa de campo é importante para compreendermos a quantas andavam o desenvolvimento de uma nova arquitetura nos Estados Unidos nos anos 1940 e como os arquitetos conseguiram conciliar os métodos construtivos ao programa do projeto, sem esquecer a assimilação da tradição do lugar que construíram.

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